O Porto-Indústria Verde, a ser construído no município de Caiçara do Norte, litoral norte potiguar, promete alavancar a economia do estado. A estrutura multiúso com produção de energia renovável será pioneira no país.
O projeto está em fase de desenvolvimento, mas já foi chancelado pelo Governo Federal, sendo incluído no PAC 3. A obra será feita a partir de Parceria Público-Privada e custará 5,7 bilhões. A previsão do Governo Estadual é que ele já esteja em funcionamento no último trimestre de 2026. O Governo Federal liberará verbas iniciais para desapropriação da área.
Ela também será base de produção, armazenamento e distribuição de novos tipos de produtos a serem produzidos pela economia potiguar em larga escala, em especial tratando da nova indústria verde. São exemplos desses produtos: o hidrogênio verde, a amônia verde e o aço verde.
De acordo com Jaime Calado, o Rio Grande do Norte não aproveita todo seu potencial econômico devido à falta de estrutura de transporte e escoamento. É o caso do sal, atualmente o RN produz 6 milhões de toneladas de sal e distribui a partir do Porto-Ilha de Areia Branca, mas tem capacidade de produzir 13 milhões de toneladas.
Apesar de estar entre os estados que mais exporta frutas no Brasil, metade da produção potiguar é escoada pelo Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no Ceará. Já o ferro produzido no RN é transportado de caminhão para a cidade de Souza, na Paraíba, para chegar de trem no Porto de Suape, em Pernambuco.
Segundo o secretário, o Porto-Indústria Verde suportará navios com 17 metros de calado, que corresponde a distância entre a lâmina de água e a quilha da embarcação. Dessa forma poderá receber navios com até 80 mil toneladas, mesmo em maré baixa.
O porto ocupará terreno de mais de 13 mil hectares para que se construa um Centro Industrial da chamada Nova Indústria. Serão produzidos no porto, estruturas para a implementação de parques eólicos no mar, para a produção de energia offshore, uma das novas frentes econômicas do estado.
Jaime Calado afirma que “essa será a grande obra do século XXI para o desenvolvimento do RN, pensando um novo tipo de desenvolvimento, o sustentável”.
“O porto nos dará um novo patamar de desenvolvimento econômico sustentável, por ser um porto de energia limpa para o estado que não existe ainda no Brasil. Ele não só trará desenvolvimento econômico para o RN ou para o país, mas para o mundo”, é o que afirma Virginia Ferreira, secretaria de Estado do Planejamento, do Orçamento e Gestão, a SEPLAN.